Utilizar a tecnologia como suporte para armazenar dados de pacientes tornou o processo de muitas clinicas e consultórios mais rápido, simples e seguro, colaborando inclusive para a precisão dos diagnósticos ao organizar os dados de forma mais eficiente.

No entanto, a proteção desses dados no ambiente digital é uma discussão importante e vem movimentando organizações de todo mundo em busca das práticas mais cautelosas para preservação da privacidade dos pacientes.

Em alguns países, a má conduta na manipulação dessas informações já rendeu inclusive complicações legais a alguns centro, como visto recentemente no incidente que envolveu o gigante de tecnologia Google e o Hospital Britânico Royal Free.

Outro caso recente, relatado pela revista Época, ocorreu com um hospital norte-americano ao descobrir que muitos dos seus especialistas vinham compartilhando notas sobre tratamentos dos pacientes em serviços de nuvem pública, como Google Drive e o Dropbox. Pelo fato de os pacientes não terem sido notificados previamente e o uso dessas plataformas não terem a aval da área de TI do hospital, eles tiveram que lidar com uma grave crise de reputação.

Por isso, preservar o sigilo das informações de um prontuário médico online ou mesmo da base de dados do seus pacientes é tão importante quanto manter a segurança de dados bancários, por exemplo. De acordo com especialistas em direito digital, investir na segurança da informação já é um custo operacional que deve ser considerado no orçamento básico das clínicas e consultórios, que têm a responsabilidade de garantir a segurança de seus materiais.

Veja algumas medidas para melhorar a capacidade de proteção dos dados de seus pacientes:

Atualmente os sistemas que oferecem armazenamento em nuvem se tornaram uma das opções mais viáveis para o setor sanitário e seu uso também cresce exponencialmente entre empresas e até mesmo agências do governo.

Isso porque toda sua base de dados estará salva em um sistema externo ao do computador, podendo ser acessada remotamente e sem estar refém de um único dispositivo ou espaço físico. Isso torna sua estrutura de armazenamento menos vulnerável a fatores externos, como uma infiltração ou mesmo um vírus no computador, por exemplo.

No entanto, o risco de vazamentos existe sob qualquer circunstância, independente se você escolheu uma alternativa on ou offline para guardar suas informações. A vantagem dos softwares de armazenamento em nuvem com boa reputação, como da Microsoft, por exemplo, é que eles estão menos suscetíveis a vírus porque se atualizam diariamente e seguem rigorosos protocolos de segurança, com equipes dedicadas 24 horas a rastrear e combater possíveis vírus e falhas – entenda mais neste vídeo. Toda essa estrutura torna seus mecanismos mais sofisticados e reforçados ainda por procedimentos como controle de autenticação, autorização de acesso além de criptografia dos dados.

A criptografia, aliás, é uma das chaves para o armazenamento de dados na nuvem, pois transforma em códigos toda sua informação que será armazenada na nuvem, permitindo que ela trafegue com segurança pela Internet. Toda essa comunicação é feita por um certificado digital chamado SSL, criado para impedir que as mensagens sejam interceptadas se uma invasão ocorre. Por isso, certifique-se que está usando uma página que comece com https:// (o ‘s’ significa seguro).

Outro ponto importante é ter sempre um backup dos seus dados para evitar riscos de perda completa do histórico de informações. Quando você utiliza um sistema com armazenamento na nuvem, um backup de todo o sistema é normalmente garantido pelo provedor, pois este ambiente já possibilita a criação de uma rotina de execução para que você tenha sempre a última versão de seus dados salva e criptografada em mais de uma base de dados. Além disso, o ideal é que os servidores e a data centers que armazenam suas informações estejam no país de origem da clínica ou consultório para garantir mais rapidez no acesso a esses dados.

Por fim, é muito importante estabelecer uma política de segurança entre seus colaboradores com diretrizes e responsabilidades para a utilização da nuvem. Essas responsabilidades são do provedor do serviço, mas também da empresa que o contrata. Seja seletivo em relação aos usuários que terão acesso à sua base de dados, jamais compartilhe senhas e nunca acesse seu sistema utilizando wi-fis públicos.